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As grandes companhias de tecnologia que formam as empresas FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google) tiveram um crescimento muito forte nos últimos anos, mas em 2020 vimos uma aceleração acentuada dessa tendência, em meio a uma conjuntura sem precedentes.

Nesta coluna revisaremos como foi esse crescimento e que implicações isso tem para os mercados de ações e a economia global.

 

Recuperação e crescimento durante a pandemia

Quando falamos do empresas FAANG, é muito fácil relacioná-lo com bens e serviços que adquirimos ou utilizamos o tempo todo, desde procurar qualquer informação na internet até ver uma série ou comprar o último IPhone. Estas companhias se converteram em parte da nossa vida diária. 

O gráfico 1 mostra o comportamento do preço dessas ações nos últimos 5 anos e a linha pontilhada marca a queda geral nos mercados pelo efeito do aumento de casos de Coronavírus e o início de medidas de restrição em diferentes países. Podemos notar como tiveram um crescimento acentuado ao longo do tempo, encabeçado pela Amazon e Netflix com 390% e 364% respectivamente. Fica claro que apesar da queda, neste ano, conseguiram não só uma recuperação, mas um impulso extra.

 

 

Gráfico 1. Elaboração própria. Dados Bloomberg

 

Os estados financeiros como bússola

Uma das variáveis que vale a pena acompanhar para as companhias que estão na Bolsa, é a publicação de seus estados financeiros e como têm se comportado diante das expectativas. Por isso, a seguir, falaremos de alguns dados cruciais sobre seus relatórios do terceiro trimestre.

 

Facebook

Lucro por ação: US$2,39 

Expectativa: US$2,19

A grande expectativa para o resto do ano é como será o sucesso da companhia ao migrar para o e-commerce e como será a renda com publicidade para manter o impulso.

 

Apple

Lucro por ação: US$0,73

Expectativa: US$0,70

Diante de uma forte dependência da demanda chinesa de produtos, que ainda não se normalizou, especialmente em relação ao Iphone 12 que afetou a expectativa dos investidores. Portanto, é de se esperar que assim que a economia tiver maior dinamismo na China, mais as vendas se fortalecerão em 2021.

 

Amazon

Lucro por ação: US$12,36

Expectativa: US$11,31

É a que mais cresceu das cinco, impulsionada por um crescimento continuo nas vendas. A única preocupação tem a ver com o aumento dos custos de operação derivados da pandemia. Será crucial acompanhar os resultados de novembro, mês da black friday, que sempre tem sido entendida pelos investidores como um sinal sobre o consumo e os lucros do ano para a companhia de Jeff Bezos.

 

Netflix

Lucros por ação: US$2,28

Expectativa: US$2,36

É a única que surpreendeu, mas por ficar abaixo do esperado, fato relacionado a assinantes que não atenderam as expectativas do mercado. Um dos dados a seguir é ver como continua a produção de novos conteúdos com as novas medidas de restrição pela nova onda da pandemia na Europa e Inglaterra.

 

Google:

Lucro por ação: Us$14,04

Expectativa: US$13,50 

Aumentaram a renda com publicidade e há uma forte expectativa de crescimento do YouTube pela demanda maior de vídeos online. Um componente a se considerar para ajustar as expectativas são as possíveis investigações antimonopólio nos Estados Unidos e como poderiam afetar sua expansão e sua renda.

 

Bolha ou necessidade?

Em meio à euforia por estas empresas de tecnologia, a dúvida que adquire força no mercado é se o crescimento dos preços é real. Atrás desta tendência, o tema que está latente é se as companhias estão superestimadas, o que -em termos de mercado- significaria que seu preço na bolsa na verdade não corresponde a seu valor.

O interessante é que precisamente o receio de que os preços caiam abruptamente foi o que levou os investidores, muitas vezes, a venderem, diante de qualquer dado negativo, gerando este mesmo efeito. Mesmo com leituras mistas na última publicação de balanços para algumas destas companhias, o que devemos ter em consideração é que o contexto da pandemia gerou um aumento na demanda por seus bens e serviços oferecidos e, na Europa, já estamos vendo novas medidas de isolamento pela segunda onda do Coronavírus, o que poderia colocá-las novamente num cenário de crescimento.

Enfim, em meio desta conjuntura a tecnologia não só se converteu no melhor amigo de milhões de pessoas confinadas ao redor do mundo, mas também num aliado estratégico e necessário para empresas, universidades e colégios. Quanto mais tempo as circunstâncias desencadeadas pela pandemia se mantiverem, mais provavelmente nossa forma de trabalhar e estudar continuará migrando ao mundo virtual, o que continuaria dando impulso a estas companhias e alimentando as expectativas dos investidores para confirmar 2020 como o ano das companhias tecnológicas.

 

Relatório elaborado pela Gandini Análisis para SupraBrokers só como conteúdo e em nenhum caso deve ser considerado como recomendação de investimento.

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